Fernanda Matos
Eldis Camargo
Alexandre de Pádua Carrieri
Com a publicação "Retratos de Governanças das Águas no Brasil: Gênero e o perfil dos membros de comitês interestaduais de bacias hidrográficas" os autores buscaram contribuir para os estudos sobre a participação ao apresentar o perfil dos membros de comitês interestaduais de bacia hidrográfica desagregados por sexo e oferecer informações que possam apontar aspectos importantes da sua capacidade inclusiva, tendo como premissa que uma boa governança é fundamental para alcançar a segurança hídrica. Buscando ainda, colaborar para o debate quanto à participação e representação de mulheres nestes espaços criados para a gestão das águas. Em setembro de 2015, com a divulgação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) pela Organização das Nações Unidas (ONU), países de todo o mundo se uniram para promover esforços que contribuíssem com as 169 metas elaboradas e, consequentemente, com a Agenda 2030. Ao adotarem o documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” (A/70/L.1), os países comprometeram-se a tomar medidas ousadas e transformadoras para promover o desenvolvimento sustentável adotando o lema “Leave no one behind” - ‘Não deixar ninguém para trás’. Com este lema, a intenção é a redução das desigualdades, o que inclui as de gênero, geracionais e étnico-raciais, buscando assegurar que a nenhuma pessoa sejam negados os direitos humanos universais e oportunidades econômicas básicas. Para tanto, faz-se necessário a busca por ações afirmativas que promova a inclusão das mulheres em diferentes campos. A igualdade de gênero não é apenas um direito humano fundamental, mas a base necessária para a construção de um mundo pacífico, próspero e sustentável. O esforço de alcance do ODS 5 de alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas é transversal à toda Agenda 2030 e reflete a crescente evidência de que a igualdade de gênero tem efeitos multiplicadores no desenvolvimento sustentável. Desse modo, foram destacados aspectos considerados relevantes, para fornecer um primeiro esforço para apresentar uma visão geral sobre a participação sob as lentes de gênero, em âmbito nacional, sobre a capacidade inclusiva nos nove comitês interestaduais pesquisados. Dados compilados dessa forma podem ainda colaborar para subsidiar a elaboração de políticas para fortalecimento da democratização na gestão da água, o qual demanda a superação de desafios como o combate a desigualdade de gênero, a mensuração das lacunas sociais existentes nos espaços estudados, a qualificação do debate sobre tema, bem como o cumprimento do compromisso assumido para o atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em especial, a conexão entre o ODS 6 (água limpa e saneamento) e 5 (igualdade de gênero). A publicação pode ser acessada pelo link:
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