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Sumário da água

Blog da REBOB

Entenda como os microplásticos afetam os oceanos e o ser humano

Os microplásticos estão em todos os lugares! Esses pedacinhos de plásticos inferiores a 5 mm causam grande impacto ao meio ambiente e sua origem pode ser diversa: roupas, cosméticos, embalagens, pneus, escova de dente, glitter, copos, garrafas e muito mais. De acordo com a Revista Pesquisa Fapesp (2019) esses fragmentos de plásticos minúsculos já foram encontrados no ar que respiramos, ambientes terrestres, marinhos e reservas de água doce, água de torneira e engarrafada, sal marinho, mel, cerveja, frutos do mar e em peixes ingeridos pelo homem e consequentemente fezes humanas.



 

Em uma matéria da BBC News em 2018, Edilson Veiga fala que o organismo dos seres humanos pode estar cheio de microplástico. Além disso, mostrou um estudo liderado pelo médico Philipp Schwabl, pesquisador da Divisão de Gastroenterologia e Hepatologia da Universidade de Medicina de Viena, na Áustria, que evidencia exatamente isso: há microplástico no organismo humano, mais especificamente no intestino humano. O estudo foi realizado com base em coletas de fezes de oito pessoas de oito países diferentes e em todas as amostras foram identificados microplásticos de até nove tipos diferentes, partículas de polipropileno (PP) e polietileno tereftalato (PET), entre outros.


Conforme ressaltam os pesquisadores envolvidos no estudo, a presença de microplásticos no organismo humano pode afetar a saúde: “acumulados no trato gastrointestinal, esses materiais têm a possibilidade de interferir na resposta imunológica do intestino - além, é claro, do risco proporcional pela absorção de produtos químicos tóxicos e patógenos pelo nosso corpo”.


 

Microplástico: o vilão dos oceanos!


Segundo Rabelo (SOCIENTIFICA, 2020) estima-se que todo ano 8 milhões de toneladas de plástico entram no oceano, mas apenas 1% desse resíduo é encontrado em forma visível e boiando na superfície, o grande volume de plástico que habita os oceanos são microplásticos. Os microplásticos são consumidos pela fauna aquática e por aves que se contaminam e muitas vezes morrem ou esses animais são consumidos pelo homem e os microplásticos chegam ao organismo humano.



 

O artigo Microplastic Pollution in Deep-Sea Sediments From the Great Australian Bight de Barrett et al. (2020) mostrou que cerca de 15 milhões de toneladas de microplástico foram encontradas no fundo marinho. Em oceanos profundos, cada grão de areia do fundo marinho continha cerca de 14 partículas de microplástico.


Segundo a oceanógrafa Manoela Romanó de Orte (Departamento de Ecologia Global da Carnegie Institution for Science), “estima-se que cerca de 90% dos microplásticos encontrados em ecossistemas costeiros estejam na forma de microfibras – e, desse total, grande parte seja proveniente da lavagem de roupas sintéticas”, ainda completa dizendo que “isso porque 60% das roupas são fabricadas a partir de fibras de plásticos, principalmente nylon, acrílico e poliéster. Quando lavamos essas roupas, milhares de fibras são liberadas e muitas escapam dos filtros das máquinas de lavar e das estações de tratamento do esgoto e vão parar nos rios e oceanos” (REVISTA PESQUISA FAPESP, 2019).


Uma pesquisa conduzida por Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da USP, encontrou em 2014, na região de Santos, pellets (pequenas esferas usadas para produzir materiais plásticos) enterrados a até 2 metros de profundidade na areia da praia, “indicando um problema muito maior do que o pensado até então, quando se acreditava que eles se limitavam à superfície, e na mesma região, 75% dos mexilhões tinham registro de ingestão de microplásticos”.


Os dados são assustadores e isso pode se tornar ainda pior, muitas pesquisas já indicam que o aumento de plástico (seja contido em embalagens, cosméticos, frascos) na pandemia é expressivamente grande, de acordo com a Associação Internacional de Resíduos Sólidos, o consumo de plástico descartável aumentou 300% só nos Estados Unidos desde o início da pandemia, e isto tende a se agravar no futuro se não mudarmos nossos hábitos de consumo.


 

Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável


Em 2017 foi proclamada a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, e começou a ser implementada a partir de 2021 e se estende até 2030, buscando cumprir os compromissos da Agenda 2030, com foco no ODS 14 e correlatos. Segundo Década da Ciência Oceânica Brasil (2021) o objetivo é “unir esforços de todos os setores relacionados ao mar para reverter o ciclo de declínio na saúde do oceano e criar melhores condições para concretizarmos o desenvolvimento sustentável. Para isso, estratégias de adaptação e decisões políticas baseadas na ciência são fundamentais. A Década é um processo inclusivo, participativo e global, que respeita as realidades locais para a construção de um futuro sustentável”.


Vamos todos nos unir para que todos os objetivos sejam alcançados, pois o mundo precisa de água e água com qualidade para todos os seres vivos!


Escrito por Bruna Soldera


Fonte: IAS - Instituto Água Sustentável

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A Rede Brasil de Organismos de Bacias Hidrográficas - REBOB é uma entidade sem fins lucrativos constituída na forma jurídicos de Associação Civil, formada por associações e consórcios de municípios, associações de usuários, comitês de bacia e outras organizações afins, estabelecidas em âmbito de bacias hidrográficas.

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