Era uma vez uma menina que nasceu há muito tempo, numa cidadezinha lá do interior do nordeste, quase fora do Brasil, para as bandas do Piauí. Ela foi a primeira dos oito filhos da família, porque nordestino é bicho besta pra ter família grande.
Acontece que quando ela tinha cinco anos, dois irmãos e mais uma na barriga da mãe, o pai tinha desabado para Brasília em busca de emprego para sustentar a família que estava crescendo, aconteceu um ocorrido que mudou a vida da família para sempre: a casa deles pegou fogo!
Era mês de agosto, quente que nem a gota, pensa num incêndio no Nordeste, no mês de agosto! Rapaz, foi um rebuliço só! Tiveram que vir para Brasília, pois ficaram no olho da rua, só com a roupa do corpo.
Essa foi a sorte deles! Chegaram e foram direto para o Gama, onde o pai morava de aluguel num barraco. A menina logo começou a estudar, no que foi seguida pelos irmãos.
Eita tempo difícil! Era perrengue atrás de perrengue. Pensa bem: uma vez, a mãe teve até que vender um botijão de gás para pagar as passagens dos filhos para a escola.
E o tempo foi passando com muitas dificuldades... Era cada uma que nem te conto!
A menina ficou mocinha, terminou o segundo grau, curso Magistério e começou a dar aulas no Distrito Federal. As coisas começaram a melhorar! Os outros também estudavam; os pais continuavam analfabetos, pode-se dizer.
Um dia ela resolveu fazer faculdade, tenta aqui, tenta ali, passou no vestibular da Universidade de Brasília, a famosa UnB. Nesse tempo as coisas já tinham melhorado um pouco. Ela se casou, morava no Pedregal, trabalhava no Gama e estudava na Asa Norte. Todo esse percurso era feito de ônibus! Pensa!
Depois da faculdade, quando já tinha duas filhas, decidiu fazer mestrado. Era danada, essa mulher! E foi o que fez, também na UnB. Depois achou que era pouco e fez doutorado, para o orgulho de toda a família. Hoje ela é professora aposentada, após 32 anos de magistério; vive muito melhor do que nos tempos passados. Já escreveu três livros, teve filhas, plantou árvores, mas ainda não quer morrer.
Sabe quem é “A Menina que Fugiu do Fogo”? Essa menina sou eu, Professora Rosário Ribeiro.
Rosário Ribeiro à frente da entidade Serpajus – Serviço de Paz, Justiça e Não Violência, vem atuando de forma contínua em ações de recuperação do Ribeirão Santa Maria em na região de Santa Maria no DF e Novo Gama Goiás, recebendo reconhecimento nas ações que tem liderado como prática de referência EducaRES, pelo Ministério do Meio Ambiente em 2017.
Em 2019 Senta Maria também passou a participar e apoiar ações do Movimento Regenerativo Tempo de Plantar.
Autora: Maria do Rosário do Nascimento Ribeiro Alves
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@tempodeplantarbrasil Texto desenvolvido com a colaboração de Mirian Regina Patzlaff
Que beleza de trabalho : sonho, vontade, amor à vida e persistência!
Parabéns!