Usina de Pecém- CE (http://www.pensamentoverde.com.br/economia-verde/ceara-possui-primeira-usina-de-ondas-da-america-latina/)
Existem diversos tipos de fontes de energias, e podemos dividi-las em fontes renováveis e não renováveis. A energia marítima ou energia das ondas, é uma fonte renovável, a água é um recurso natural e abundante, e uma das fontes para produção de energia que não contribui para o aquecimento global. A energia gerada a partir dos oceanos pode ser dívida em: energia das marés, energia das ondas, correntes (marés e oceânicas), gradiente de temperatura e gradiente de salinidade.
A Energia gerada pelas ondas possui um grande potencial de exploração, há várias regiões com aptidão para o aproveitamento da energia de ondas, e nos últimos anos essa fonte de energia vem sendo muito estudada no Brasil nos últimos anos, na tentativa de diminuir os custos e melhorar as tecnologias.
A energia das ondas pode ser obtida de duas formas, em águas profundas ou em águas rasas.
No Brasil em 2012, foi instalado um projeto piloto de energia de ondas, a Usina do Porto do Pecém, está localizada no Ceará, o projeto que nasceu com uma parceria dos pesquisadores da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (COPPE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é financiado pela Tractebel Energia, dentro do programa de P&D da Aneel, e conta com apoio do Governo do Estado do Ceará.
O potencial teórico a ser gerado, é de mais ou menos 100 quilowatts (KW) para o abastecimento de energia do principal porto cearense.
E como funciona a energia das ondas?
A energia de ondas é constituída por módulos, sendo assim cada módulo é formado por um flutuador, um braço mecânico e uma bomba conectada a um circuito de água doce. A medida que as ondas passam, os flutuadores acabam subindo e descendo, e assim acionando as bombas hidráulicas, que fazem com que a água doce contida em um circuito fechado, circule em um local de alta pressão.
Essa água que sofre alta pressão vai para um acumulador, que tem água e ar comprimidos em uma câmara hiperbárica. Além das ondas, o mar oferece a possibilidade de geração de energia impulsionada pela movimentação das marés. De acordo com estudos, o Brasil tem condições de explorar todas essas fontes, em diferentes pontos ao longo da faixa litorânea.
Esquema de funcionamento da Usina de Pecém- CE (http://andrecafe.blogspot.com.br/2012/06/tecnologia-genuinamente-brasileira.html).
Estima-se que os 8 mil quilômetros de extensão litoral no Brasil podem receber usinas de ondas suficientes para gerar 87 gigawatts. Sendo assim deste total, 20% seriam convertidos em energia elétrica, o que aproximadamente equivale a cerca de 17% da capacidade total instalada no País.
Como todo tipo de energia existem vantagens e desvantagens. As vantagens da utilização da energia das ondas são:
Energia renovável.
Apresentar riscos mínimos ao meio ambiente.
Possuir grande volume de água do mar para geração de energia.
Existem também as desvantagens da energia das ondas, que também devem ser consideradas:
Altos custos de instalação dos equipamentos.
As instalações devem ser fortes e sólidas o suficiente para resistirem às tempestades, ao mesmo tempo em que devem ser sensíveis o bastante para captação da energia das marés.
Atualmente, como se encontra a Usina de Pecém?
Em 2016, a Usina de Pecém, se encontrava abandonada, devido ao fim do contrato com a Tractebel Energia. A previsão era de retomada do projeto em 2017, em um novo ponto, mas não há informações claras a respeito de retomadas e de como está atualmente.
Texto escrito por Tauane Karine Baitz da Silva, aluna de graduação de Engenharia de Biossistemas em FZEA-USP, orientada pelo Prof. Dr. Fabrício Rossi no Programa Unificado de Bolsas da USP.
Entenda mais em:
Fonte: Portal Biossistemas Brasil
Saiba mais sobre o assunto
Energia Mareomotriz
As ondas do mar possuem energia cinética devido ao movimento da água e energia potencial devido à sua altura. Energia elétrica pode ser obtida se for utilizado o movimento oscilatório das ondas. O aproveitamento é feito nos dois sentidos: na maré alta a água enche o reservatório, passando através da turbina, e produzindo energia elétrica, na maré baixa a água esvazia o reservatório, passando novamente através da turbina, agora em sentido contrário ao do enchimento, e produzindo energia elétrica.
A desvantagem de se utilizar este processo na obtenção de energia é que o fornecimento não é contínuo e apresenta baixo rendimento. As centrais são equipadas com conjuntos de turbinas bolbo, totalmente imersas na água. A água é turbinada durante os dois sentidos da maré, sendo de grande vantagem a posição variável das pás para este efeito. No entanto existem problemas na utilização de centrais de energia das ondas, que requerem cuidados especiais: as instalações não podem interferir com a navegação e têm que ser robustas para poder resistir às tempestades mas ser suficientemente sensíveis para ser possível obter energia de ondas de amplitudes variáveis. Esta energia é proveniente das ondas do mar. O aproveitamento energético das marés é obtido através de um reservatório formado junto ao mar, através da construção de uma barragem, contendo uma turbina e um gerador.
A maioria das instalações de Centrais de energia das ondas existentes são de potência reduzida, situando-se no alto mar ou junto à costa, e para fornecimento de energia elétrica a faróis isolados ou carregamento de baterias de bóias de sinalização. As instalações de centrais de potência média, apenas tem interesse econômico em casos especiais de geometria da costa. O número de locais no mundo em que esta situação ocorre é reduzido.
As marés são o resultado da combinação de forças produzidas pela atração do sol e da lua e do movimento de rotação da Terra leva à subida e descida da água dos oceanos e mares: as marés. Os movimentos verticais da água dos oceanos, associados à subida e descida das marés é acompanhado num movimento horizontal, denominado por correntes das marés. Estas correntes tem uma periodicidade idêntica à das oscilações verticais. Efeitos das zonas terrestres (bacias hidrográficas e baías, estreitos e canais) provocam restrições a estes movimentos periódicos podendo daí resultar elevadas amplitudes ou elevadas velocidades da corrente da maré.
Nos países como a França, o Japão e a Inglaterra este tipo de energia gera eletricidade. No Brasil, temos cidades com grandes amplitudes de marés, como São Luís – Baía de São Marcos, no Maranhão – com 6,8 metros e em Tutóia com 5,6 metros. Mas nestas regiões, infelizmente, a topografia do litoral não favorece a construção econômica de reservatórios, o que impede seu aproveitamento.
Curiosidades:
– Em Portugal há uma central na ilha do Pico nos Açores. A central é do tipo de coluna de água oscilante, com uma turbina Wells de eixo horizontal que aciona um gerador elétrico de velocidade variável, com a potência de 400 kW.
– Na Europa foi construída uma central de produção de energia das marés em La Rance (França), a 10 km da desembocadura do rio Rance no Canal da Mancha. Neste local a amplitude da maré é de 13 metros. As turbinas da central funcionam quando enche e quando esvazia o estuário do rio Rance. Está em funcionamento desde 1966 e produz cerca de 550 GWh anualmente.
– O Centro de Ciência e Tecnologia da Marinha do Japão estuda formas de obter energia das ondas do mar. Para tanto, começou a testar em julho um gerador flutuante que atende pelo estranho nome de Baleia Poderosa. É uma balsa que foi ancorada na entrada de uma baía com sua frente apontada para a direção das ondas, mede 50 metros de comprimento por 30 de largura e 12 de profundidade, e é dividida internamente em três compartimentos, todos cheios de ar. Trata-se de um sistema engenhoso que converte a energia das ondas em energia pneumática. O balanço das ondas faz com que o nível da água no interior das câmaras suba e desça sem parar, fazendo-as funcionar como pistões gigantes. Quando o nível do mar sobe, a água comprime o ar que é afunilado na direção de uma turbina, movendo suas pás e gerando 110 kW de eletricidade.
Fonte: ISTO É – 23 de setembro de 1998.