Durante a realização do 8º Fórum Mundial das Águas, a ONG Fundação SOS Mata Atlântica lançou a publicação “Observando os Rios 2018 – O retrato da qualidade da água nas bacias da Mata Atlântica”.
O Levantamento realizado pela SOS Mata Atlântica analisou a qualidade da água em 102 municípios dos 17 estados da Mata Atlântica, além do Distrito Federal, entre março de 2017 e fevereiro de 2018. Os dados foram obtidos por meio de coletas e análises mensais de água realizadas por 3500 mil voluntários que integram o projeto “Observando os Rios”, com supervisão técnica da Fundação SOS Mata Atlântica. Veja os números:
O relatório apresenta um panorama sobre a qualidade da água de 230 rios, córregos e lagos do bioma, no total foram 294 pontos de coleta água monitorados. Os resultados obtidos revelaram que nenhum dos rios e corpo d’água tem qualidade ótima; somente 12 pontos (4,1%) apresentaram qualidade de água boa; 222 (75,5%) apresentaram qualidade regular. Em 60 (20,4%) pontos, dos 294 analisados, a qualidade da água foi considerada qualidade ruim ou péssima. Os dados demonstram que em 96% dos pontos monitorados a qualidade da água não é boa.
De acordo com organização, o rios e águas contaminados são reflexo da ausência de instrumentos eficazes de planejamento, gestão e governança. “Refletem a falta de saneamento ambiental, a ineficiência ou falência do modelo adotado, o desrespeito aos Direitos Humanos e o subdesenvolvimento.” Para reverter esse retrato, no trabalho buscou-se destacar exemplos de rios, riachos e nascentes que vêm sendo recuperados por iniciativas de suas comunidades, organizações e movimentos que transformam e se engajam na revitalização das águas.
Estudo Comparativo
Nas conclusões do relatório, são apresentados os dados comparativos do ciclo de análise dos anos de 2014 a 2018, veja a tabela:
Ainda estamos distantes do que a sociedade necessita para segurança, afirmou Malu Ribeiro “conseguimos diminuir de 7 pontos com qualidade péssima em 2015 para 1 neste ano. No entanto, para que os indicadores reunidos nesse estudo possam se traduzir em metas progressivas de qualidade da água nos milhares de rios e mananciais das nossas bacias hidrográficas, é fundamental que a Política Nacional de Recursos Hídricos seja implementada em todo território nacional, de forma descentralizada e participativa.
O estudo completo, que inclui análise por Estados, com a lista dos rios avaliados, está disponível em: http://bit.ly/2DmdBJH.
Matéria e fotos por Fernanda Matos